Relacionamento: Uma boa experiência?
- Psicóloga Adriana Brito
- 4 de jul. de 2024
- 2 min de leitura

Costumo dizer que relacionamento é um convite à evolução. Acontece que nem todas as pessoas aceitam esse convite silencioso e implícito e é preciso aceitá-lo para viver essa jornada de maneira positiva. Para uma pessoa evoluir dentro de um relacionamento ela precisa estar disposta a ser ela mesma e estar livre da necessidade de controle em relação ao outro, e principalmente precisa estar atenta e consciente acerca da própria vida, no sentido de estar fazendo uma gestão ativa dela. Duas individualidades que se trabalham e se empenham em ser pessoas melhores, juntas têm chances reais de construir uma conjugalidade enriquecida por essas experiências.
Autorresponsabilização
Para além disso, outro elemento essencial é ser capaz de ser autorresponsável, a adultez é como uma roupa que cai bem a quem deseja compartilhar a vida, e não tem a ver com idade, os pés no chão, a capacidade de assumir responsabilidade nas coisas da vida e da rotina do casal e demais pessoas da casa, os combinados aqui entram com a força de prevenir desentendimentos. Há comportamentos e atitudes que vão em direção oposta como a vitimização, a dependência emocional, a culpabilização, as defesas e justificativas que muitas vezes acontecem em forma de ataque, tira a possibilidade de haver implicação e compromisso com leveza nessa construção.
Comunicação
Ser um comunicador de sua experiência cotidiana na relação no sentido de dar importância para o ‘como as coisas chegam para você’, principalmente os incômodos e os pontos negativos porque serão esses que afetarão o relacionamento com o passar do tempo, e são esses que comumente são os mais difíceis de comunicar. Relacionamentos longos que não têm diálogo costumam estacionar, e por vezes até involuir, trazendo uma sensação de insatisfação e tristeza. O não comunicar, o não saber, assim como exigir, acusar e o vitimizar-se são atitudes que minam uma relação como água infiltrando uma parede. Além de provocar distanciamentos difíceis de reaver, se torna desonesto, vai acontecendo um certo isolamento e um tipo de solidão a dois, sem contar com o fato de poder acarretar problemas de saúde mental, física e emocional.
Aceitar viver um vida sem graça ou infeliz não deveria ser a escolha de uma pessoa, e não acredito que seja, há fatores mais complexos e mais profundos do que se possa mensurar em um breve olhar, mas por vezes, se chega num ponto difícil de reverter, tantas foram as situações vivenciadas e silenciadas ou mesmo normalizadas, “deixadas pra lá...” Reconhecer o ponto em que se está e se a relação ainda faz sentido, se há o desejo de ambos para fazer acontecer diferente e o quanto há de investimentos, seja de vontade, de amor, de energia, de buscas por crescimento é um ato de maturidade e de coragem. Fazer valer a pena e ter um relacionamento prazeroso para estar e vivenciar as experiências que a vida proporciona é um conforto na alma e no corpo, mas não acontece do nada, é preciso consciência, atenção e escolhas que levem à esse nível.
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